Bem-vinda, Venusiana

Essência: ponto de partida e destino

Bem-vinda, venusiana.

Neste primeiro texto, quero te conduzir a uma pausa consciente, onde a respiração desacelera e a alma pode, enfim, se ouvir. Ao longo da vida, nos perdemos muitas vezes. Nos papéis que assumimos, nas exigências externas, nas dores que nem sempre conseguimos nomear. Aos poucos, vamos nos afastando do que pulsa de forma mais genuína dentro de nós. E mesmo nesse desencontro, a vida sussurra, com delicadeza, um chamado de volta.

Cada mulher carrega dentro de si uma história única. Somos feitas de memórias, sonhos, desejos e silêncios que ninguém mais conhece por completo. Não somos versões de um modelo idealizado. Somos inteiras, mesmo nas imperfeições, e profundamente merecedoras de viver uma vida com sentido. Quando nos abrimos para nos olhar com mais profundidade e presença, percebemos que viver com verdade não é sobre se encaixar, mas sobre se alinhar com o que pulsa dentro de nós com autenticidade.

A astrologia, para mim, sempre foi uma ponte de retorno. Ela não impõe caminhos nem oferece fórmulas. Ela revela, organiza e traduz. Funciona como uma linguagem simbólica que nos lembra de que somos feitas de ciclos, de nuances, de fases e de camadas. Dentro de cada uma de nós habitam doze signos, doze vozes arquetípicas, e todas se manifestam de formas diferentes, conforme vivemos nossas histórias. Não importa qual seja seu signo solar, ninguém carrega um mapa igual ao seu. Porque ninguém caminha pelo mundo com o mesmo olhar, o mesmo tempo, as mesmas marcas. Sua jornada é só sua. E é justamente por isso que ela é tão sagrada.

Existem partes em nós que fluem com leveza, que se expressam com naturalidade. Outras pedem trabalho interno, maturação, escolhas conscientes. E tudo isso faz parte. Quando honramos o que sentimos, mesmo nas fases de confusão ou dor, permitimos que algo dentro de nós amadureça. Não é sobre controlar a vida, mas sobre estar inteira nela. E é nesse estar por completo, com presença, escuta e entrega, que podemos realmente florescer.

A Aura de Vênus nasceu a partir desse processo. Foi quando me permiti parar, recolher e escutar que compreendi o quanto essa conexão interior era essencial. Não como fuga da realidade, mas como compromisso com a minha própria verdade. O impulso de criar esse espaço veio como um sussurro interno, uma vontade profunda de oferecer um lugar onde cada mulher pudesse lembrar que já é completa, mesmo quando se esquece disso.

Em 2022, com a partida do meu pai, vivi um luto intenso. Foi um tempo de silêncios profundos, de recolhimento e de transformação. Por meses, sobrevivi mais do que vivi. E nesse mergulho escuro, reencontrei partes de mim que haviam se perdido. Foi olhando novamente para meu próprio mapa que compreendi que a dor também pode ser portal, que a ausência pode gerar raízes, e que honrar a vida é também honrar aqueles que vieram antes. Hoje, cada leitura que realizo, cada palavra que escrevo, carrega algo dele em mim. Como se, por meio da palavra e da escuta, eu mantivesse viva uma ponte invisível com o legado que me formou. Isso me fortalece e me dá direção.

Falar de essência é reconhecer esse centro interno que nos orienta, mesmo quando tudo fora parece ruído. E quando nos damos espaço para escutá-lo, percebemos que não se trata de buscar um ideal de perfeição, mas de viver com verdade, no nosso próprio tempo. O autoconhecimento não é um fardo que nos pesa, mas uma possibilidade de liberdade. É através dele que nos tornamos mais conscientes do que nos nutre, do que nos ancora e do que nos guia com sentido.

Com frequência, deixamos nossa intuição silenciada em meio à correria e às expectativas externas. Seguimos vivendo no automático, afastadas de nós mesmas. Mas há momentos em que algo dentro começa a chamar. Um incômodo, uma saudade do que ainda não foi vivido, uma vontade de se lembrar. E é nesse chamado sutil que começa o reencontro.

A Aura de Vênus é, para mim, esse jardim simbólico onde a alma encontra espaço para respirar. Um lugar onde a beleza não se reduz à aparência, mas é vivida como estado de presença. Onde o cuidado consigo é sagrado, onde cada mulher pode escutar o que sua alma precisa lhe contar. A astrologia que compartilho aqui não entrega respostas prontas. Ela convida à escuta profunda. E por isso, antes de cada atendimento, silencio, peço permissão e abro espaço para que a energia da outra mulher se revele com clareza e verdade. Porque só faz sentido se houver conexão real, da alma para a alma.

Se tem algo que aprendi nessa travessia é que podemos florescer mesmo depois da dor. Podemos encontrar beleza mesmo no que parecia quebrado. Podemos sonhar novamente, mesmo depois das pausas. E que caminhar com consciência não é sobre certezas, mas sobre presença. A cada mulher que chega aqui, desejo que encontre não apenas informações, mas espelhos. Que se veja, que se reconheça e que se lembre. Você não precisa ser outra pessoa para ser merecedora de amor, presença ou realização. Tudo já vive em você.

Confio no tempo da vida, na sabedoria silenciosa que nos habita e nos conduz. Confio na força da energia feminina, intuitiva e regeneradora, que nos chama de volta para casa sempre que nos esquecemos do caminho. Que este espaço seja, para você, um lugar de reconexão com o que há de mais verdadeiro em sua essência. Que a cada palavra, você se aproxime mais de si. E que, juntas, possamos criar um novo modo de estar no mundo, mais presente, mais inteiro, mais nosso.

Seja bem-vinda à Aura de Vênus. Que esse encontro com você mesma aconteça com leveza, liberdade e verdade.

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Astrologia: O Espelho Sutil da Essência Feminina